Azar no jogo...

Hoje a Mega Sena estará entregando 11 milhões de reais para o felizardo, filho da mãe, sortudo (EU EU EU) que acertar os seus 6 números sorteados.

Hmmmmm... 11 milhões! O que eu faria com esse dinheiro todo?

Não se preocupem (ou sim), pois jamais abandonarei meus textos, mesmo que podremente rica, continuarei a minha saga eterna. Talvez troque o computador, sem dúvida o visual sofrerá grandes mudanças, o local de trabalho será 100% relocado e já posso pensar em um novo nome para minha profissão na hora de preencher cadastros: Rica em férias! Outra coisa muito importante que será urgentemente alterado, meu estado civil: definitivamente NÃO solteira.

Está bem, está bem... eu concordo que dinheiro não é tudo e que jamais trará a felicidade; mas se for pra ser infeliz, que seja em Paris, pelo menos!

Agora, se pensarmos na probabilidade de que eu venha a me tornar a próxima felizarda, filha da mãe, sortuda a embolsar demasiada quantia, fica mais coerente entender a “pobre coitada, gastando seus trocados em jogo”. Porque peraí, e o nosso otimismo? Confiança? Afinal, somos ou não somos o povo que não desiste nunca?

Imaginem só se o Adriano tivesse desistido de jogar pelada quando era pequeno! Eu aposto (e nessa eu investiria mais dinheiro) como as probabilidades dele vim a se tornar O Imperador também não pareciam promissoras naquela época, talvez uma chance em o que? 58 milhões? E agora olha ele aí estampando mais revistas do que a Gisele Bunchen (não exatamente com as mesmas atrações).

Mas, honestamente? Também não sei o quanto eu gostaria de estar no lugar dele não...

Assim como o Adriano já viveu, cerca de 30% da nossa população vive hoje em absoluta pobreza, e vamos considerar também que cerca de 80% dos famosos bem sucedidos atualmente não nasceram nessas mesmas condições que se encontram hoje, estes se destacaram por seus talentos especiais, e alguns hoje superam a barreira dos meus futuros e tão esperados 11 milhões, engordando uma conta bancária com valores capazes de tirar países inteiros da miséria.

Peraí, e por quê não fazer isso? Por que quase ninguém usa seus dígitos infinitos no banco como solução para aqueles que estão necessitados?

Hipocrisia minha talvez... não sei se do meu feminismo, da minha profissão ou da falta de dinheiro mesmo (temporária, espero), mas realmente como posso julgar as pessoas ricas pelo que fazem ou não fazem com o seu dinheiro quando nós mesmos corremos para fechar as janelas do carro ao passar por um sinal e ver uma criança faminta pedindo qualquer trocado?

Como se aquela janela separasse não só pessoas, mas vidas, problemas e até mesmo mundos.

Provavelmente a proporção dos 50 centavos que deixei de dar como alimento àquelas crianças, seriam os mesmos 500 mil que alguém como a Ana Maria Braga conseguiria proporcionar para ajudar o caos nacional. Ao invés disso, me dirigi à loteria para gastar aquele dinheiro em um sonho que, se realizado, talvez nem fosse usado em prol dos necessitados.

Adimito publicamente que entenderia se um Roberto Justos me encontrasse na rua, e fechasse seus vidros blindados na minha cara; com certeza isolariam para sempre nossas realidades tão distintas.

Não estou querendo julgar ninguém (nem a mim mesma), muito menos aqueles que conquistaram fortunas em trabalhos extravagantemente bem pagos, porém acho interessante analisar o X do “dinhXeiro”...

Está certo, adimito não estar 100% convicta de que amanhã acordarei uma mulher milionária, e como tão pouco certa estou de que possa vim a me tornar a futura Sra. Imperador, me contento com isso, afinal... Azar no jogo, sorte no amor!


Texto da Princesa Sofia